| O presente estudo sobre culturas alimentares parte da premissa de que o ‘sabor’ constitui um categoria histórica, onde os padrões de permanência e mudanças dos hábitos têm referências na própria dinâmica social. A pesquisa em desenvolvimento trata da investigação das práticas alimentares em Fortaleza entre 1845 e 1875, por estar circunscrito neste período, entre duas secas, um caráter singular de regularidade quanto à aquisição de alimentos e comidas que vão à mesa dos habitantes da capital, possibilitando a compreensão das negociações entre o público e o privado – de que forma os aspectos materiais e simbólicos das experiências revelam inovações e apropriações dos indivíduos. Dentre as fontes analisadas constam censos, códigos de postura, jornais, almanaques e cadernos de receita que procuram discutir a comida, enquanto elemento revelador de conflitos e controle. Foi concluído um Inventário de fontes, no qual é traçada uma cartografia da cidade entre 1845 e 1875, onde são evidenciadas as transformações em torno dos hábitos alimentares por quais os habitantes de Fortaleza promovem. Um estudo verticalizado em torno dos sujeitos sociais que estavam ligados a manutenção dos hábitos, como cozinheiros, doceiros, padeiros e pescadores também fazem parte do Inventário em questão. Estabelecer um diálogo entre as fontes em questão, na tentativa de traçar um estudo que aborde as práticas ordinárias imbricadas no cotidiano dos moradores de Fortaleza, apresentando na cidade a relação entre os sujeitos e suas práticas alimentares reveladoras da dinamicidade desse processo.Esta pesquisa tem apoio financeiro da FUNCAP. |