| O que apontar com algo de grande importância e relevância na obra A Cidade de Deus, de Santo Agostinho? A obra oferece uma síntese do seu pensamento no contexto filosófico, teológico e político em torno de duas Cidades que são separadas pelas suas condições espirituais. As duas Cidades mantêm diferenças que só vão ser esclarecidas no dia do juízo final que surgem devido à criação dos espíritos angélicos e da caída dos anjos maus, originado, desse modo, a Cidade terrena ou dos Demônios. Já a cidade cujo conjunto de homens vive para Deus constitui a Cidade celeste. A queda de Adão ocasionou a cisão entre os dois Estados no seio da humanidade e suas lutas entre os dois Estados da terra. Na terra as duas Cidades vivem em conflito, embora tenham um correspondente no céu que foi revelado por Caim e Abel: as duas personagens bíblicas assumem assim o valor de símbolos das duas Cidades. Entre as duas Cidades há diferenças que estão ligadas a ordem espiritual, não material. Deu-se origem a dois amores diversos: o mal da Cidade terrena é o amor a si mesmo; o bem é o amor a Deus, expressado pela Cidade celeste. “A Cidade terrena é a cidade daqueles que vivem segundo o homem; a divina é a daqueles que vivem segundo Deus”. A obra é julgada de um ponto de vista cristão, visto que o que está em jogo é o combate entre a fé e a infidelidade dos pagãos dentro da história. Embora as pessoas estejam em um mesmo mundo e façam uso das mesmas coisas, elas não têm o mesmo fim. |