Analisou-se a ocorrência da distância, comportamento de contato e tom de voz da comunicação proxêmica entre binômio mãe HIV+ e filho no cuidado promovido pela mãe. Trata-se de estudo descritivo/exploratório desenvolvido em laboratório experimental com mãe-filho. Teve como sujeitos cinco binômios. Para a escolha dos mesmos, utilizaram-se os seguintes critérios: mãe primigesta, com diagnóstico de HIV/Aids, filho de até seis meses de idade, gerado na vigência da infecção materna e aceitar participar da pesquisa. Para coleta de dados utilizou-se filmagem dos cuidados. As cenas de interação mãe filho foram analisadas de acordo com os fatores proxêmicos Distância, Comportamento de Contato e Tom de voz. O cuidado promovido pela mãe gerou 364 interações. Nos fatores proxêmicos relativos à distância (p=0,086) da mãe os achados não revelaram variação estatisticamente relevante, pelo fato de ter ocorrido a manutenção da distância íntima em todos os binômios. Sobre os comportamentos de contato da mãe em relação ao bebê, houve predominância do agarrar (45,05%), pois ocorreu a necessidade constante de sustentação do bebê durante os cuidados. A expressão sorrir (12,92%), a qual revela satisfação ao comunicar, ocorreu em poucas interações provavelmente pela tensão da mãe devido a sensação de estar sendo observada. No relacionado ao fator tom de voz, predominou o silêncio (46.15%), seguido do tom baixo (32,96%). O silêncio pode estar associado à concentração das mães frente aos cuidados maternos. O tom baixo pode ser justificado pelo fato do ambiente em que ocorreram as filmagens ser fechado e pelo medo de assustar a criança ao falar num tom mais alto. Concluiu-se pela analise da comunicação proxêmica que as mães desenvolveram estratégias comunicativas como o aumento da proximidade, o toque, as vocalizações e os sorrisos para viabilizar a troca de afetos durante o desenvolvimento dos cuidados maternos. |